segunda-feira, 1 de novembro de 2010

humana

Sou um laboratório de mim mesma.
Aberta às experiências da personalidade.
Sou dualidade, ambivalência, adaptação.
Sou aquilo que o momento pedir,
sou o que você merecer que eu seja.
Nasci à meia-noite, me sinto começo e fim. Dia que chega, noite que vai...
Me sinto ternura e ira, medo e coragem, ação e reação.
A mais feia das bonitas, a mais bonita das feias.
A amiga ou a rival, a psicanalista ou a psicopata, a lady ou a lavadeira.
Subo no palco só pra assistir o público me assistindo.
Sou infinitamente livre, desesperadamente escrava.
Às vezes tão racional que não sinto. Outras, tão passional que não raciocino.
Me entorto de gargalhar, depois perco o fôlego de chorar.
Busco a verdade, e depois, uma fuga para ela.
Quanto mais eu leio, menos eu sei.
Entre os sensatos me sinto louca, entre os loucos sou careta.
Não me encaixo em nenhum lugar, mas tenho portas abertas em todos.
Amo o criador, odeio o que fizeram com o mundo que ele criou.
Construo vitórias para me fortalecer e atraio invejosos que buscam me enfraquecer.
O remédio que me cura é também o veneno que me adoece.
O amor me deixa com um pé no céu, outro no inferno.
Minhas mãos acariciam alguém ou enfurecem uma guitarra.
Te cubro de beijos ou de ofensas.
Talvez você me homenageie, ou talvez tente me afogar na privada,
porque às vezes sou amada, outras odiada...
Quanto mais me explico, menos me faço compreender.
Sou arquiteta, cantora, guitarrista, ou qualquer outra coisa que me seduza a ser.
Mas a vida é frágil e a qualquer momento posso não ser mais nada.
Escolho as pessoas conforme o rastro que elas deixam.
Se você me trair, te abandono.
Tente me derrubar que eu fico ainda mais forte.
Procuro viver de forma que no fim tenha valido a pena.
Prefiro mil fracassos do que sonhos poucos ou pequenos.
Mas não me leve a sério, posso mudar tudo de repente...
Sou humana, demasiadamente humana.

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